terça-feira, 6 de setembro de 2011

Causos - Tesão intelectual

Após meu primeiro relacionamento casual descobri o tesão intelectual. E que de fato inteligência é extremamente afrodisíaca. Nada como uma pessoa com quem nos sintamos a vontade para conversar, expor ideias, discutir.

Visitava uma amiga constantemente, éramos praticamente vizinhas. E no ambiente acolhedor em que morávamos era fácil fazer amizades. Numa dessas conheci um de seus vizinhos e nos tornamos amigos. Conversávamos horas a fio sobre diversos assuntos. Me sentia muito a vontade em sua companhia a ponto dele saber o que eu queria expressar através de meus olhares. Enfim, uma amizade bastante gostosa. Eis que chegam as férias. Alguns meses sem nos falarmos, sem enviar notícias. Distanciamento.

Ao retornar como de costume fui visitar minha amiga. Eis que recebo um abraço bastante caloroso. Demasiado caloroso. Era a retomada de minhas longas conversas. Porém nesta noite havia algo de diferente. O tesão intelectual necessitava de outras coisas além de palavras. De repente me deparo com um belo sorriso, tá não era tão belo assim, o rapaz era um pouco mal diagramado mas o encantamento superava e na hora o sorriso era belo. Mãos quentes atravessando meu vestido, palavras ditas simultaneamente, o discurso indecente e os beijos deliciosos... Nosso tesão intelectual havia encontrado outras esferas.

Chego em casa totalmente decomposta, descabelada. A nova moradora de minha casa me olhava assustada. De repente ouço gritos. Minha amiga anunciando para Deus e o mundo os novos acontecimentos. Fiquei putissima. Mas coisas piores estavam por vir. A amiga resolveu agir de cupido. Nos juntar a qualquer custo. Eis que tudo foi abaixo. Acabou o tesão. Passamos muito tempo sem nos falarmos.

Até que muitos anos depois, numa fase horrível em que nada dava certo pra mim recebo um telefonema. Alguém arrependido das falsas impressões causadas pela “amiga-cupido”. Um convite para conhecer uma nova cidade. Um convite para nos revermos e talvez acender o tal tesão intelectual. Não me recordo os motivos mas não o aceitei. Passa um tempo, bate o arrependimento. Dessa vez eu tento retomar. Conversamos por longas horas como de costume, no entanto, não senti o mesmo entusiasmo do outro lado da linha... Distanciamento. Mas dessa vez as férias não acabaram...


Confissões de Daniele - Casualidade, o inicio.

Acordei com vontade de escrever. Não textos acadêmicos. Até que me lembrei que tinha um blog mega desatualizado, com parênteses a serem fechados. Assim, hoje fecharei o imenso parênteses e retomarei meus “causos amorosos”. Para tanto, um rápido flashback. Iniciei falindo uma padaria (http://tranqueirasamoresecia.blogspot.com/2011/05/o-inicio.html ), depois tentando buscar a espiritualidade, pensei em me aventurar em um convento, eis que aparece um mocinho encantador, eu me apaixono, me declaro, porém nada acontece (http://tranqueirasamoresecia.blogspot.com/2011/05/carta.html ).

Após esses fatos nenhuma novidade amorosa. Não sentia interesse no assunto e nem despertava interesse no mesmo. Enquanto a vida amorosa de minhas amigas estava movimentadíssima, uma troca de experiências, causos, conselhos, confidências, a minha um pleno marasmo. E até hoje é assim... Talvez porque não sou a pessoa mais receptiva quando se trata destes assuntos. Sempre fui uma pessoa muito fechada e que me privo de sofrimentos, o que acaba bloqueando a aproximação e envolvimento. Quizas porque não sou nada atraente a primeira vista. Totalmente fora dos padrões de beleza e simpatia. Baixa autoestima? Talvez, mas vamos encarar como uma visão realista.

Enfim, o tempo passa eis que chega a era de aquários. Me vejo criando asas, saindo de casa, mudando de cidade, indo em busca de ideais. Sou apresentada a universidade e a um bando de pessoas que estão em busca de novas experiências (leia festas rs). A principio ainda reservava meu jeito pacato, fui “dispirocar” mesmo no segundo ano de graduação. Mas isso não impedia que eu curtisse algumas novas experiências, como por exemplo, a primeira festinha de minha turma.

Uma parede se movia na minha direção, eu ria muito e alguém me acompanhava. Alguém muito prestativo, o qual já havia jogado algumas indiretas. Algumas trocas leves de carícias. Minha casa. Nada demais ocorre. Passa-se algumas semanas, diversas pessoas me alertando que este alguém era uma boa pessoa. Passa-se mais um tempo. Uma sala de estudo. Beijos calientes. Eis que me vejo envolvida com o tal alguém. Foi meu primeiro envolvimento puramente casual, sem sentimentos. A princípio estranho mas também fascinante. Uma semana, o pedido de namoro. Tarde demais. Você havia me aberto portas para degustar coisas novas, aproveitar o que o mundo tinha a me oferecer. Fim do meu casinho casual e o inicio de novas aventuras.